Perspetiva Realista das Relações Internacionais
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Fonte: https://m.sorisomail.com/partilha/105566.html |
Antes de procedermos a uma abordagem, ainda que sucinta, da perspetiva realista das relações internacionais, importa em primeiro lugar e também de forma sucinta explicar que, comumente a expressão relações internacionais está associada às relações estabelecidas entre organismos políticos, nomeadamente entre os Estados, "Contudo, é evidente que as relações que os países mantêm entre si ultrapassam em muito meramente as políticas, ainda que sejam mais ou menos afetadas por elas. As relações econômicas, jurídicas, geográficas, lingüísticas, históricas, religiosas, ambientais" (Lacerda, 2006:57).
Às relações internacionais está intrinsecamente arroladas uma série de teorias, assentes em questões relacionadas com o poder, cuja primordial tarefa prende-se por "racionalizar tais relações ou torná-las coerentes com um sistema de valores." (Moreira, 2011:160), complementadas de doutrina. Das diversas perspetivas das relações internacionais, e indo ao encontro do que nos é formulado na questão, importa atentar no realismo, que se afigura como a perspetiva mais relevante na história das relações internacionais "…porque o realismo trata basicamente, quase exclusivamente, das relações políticas entre os estados, considerando válidas apenas as variáveis políticas, isto é, diplomáticas e militar-estratégicas." (Lacerda, 2006:59).
A escola de pensamento realista é "Inspirada em Maquiavel e principalmente em Hobbes, com seu estado de natureza de "guerra de todos contra todos", a teoria realista surgiu em contraposição ao idealismo, e no século XX - período de maior sistematização - seus primeiros autores foram Edmund Carr (1981) e principalmente Hans Morgenthau (1985)." (Lacerda, 2006:59). Morgenthau é sem dúvida o principal nome a associar à teoria realista das relações internacionais a partir do pós segunda guerra mundial "A dominante linha realista exibe hoje nomes importantes como os de Schuman, Spykman, Niebuhr, kennan, e, talvez acima de todos, Morgenthau." (Moreira, 2011:76) e este, segundo Moita, advogava que "O realismo pretende que os princípios morais universais não podem ser aplicados às acções dos Estados, na sua formulação abstracta e universal, mas devem ser considerados em função das circunstâncias concretas de tempo e de lugar." (Moita, nd:4), tendo sido ainda o responsável por uma série de conceitos que constituem as questões relacionadas com as relações internacionais.
Bibliografia:
LACERDA, Gustavo. (2006). "Algumas teorias das relações internacionais: realismo, idealismo e grocianismo". In Revista Intersaberes. vol.1 n. 1, p. 56 – 77. Disponível em URL: https://www.uninter.com/intersaberes/index.php/revista/article/viewFile/87/61
MAGALHÃES, Diego (2012). "Conflito entre Teorias de Relações Internacionais Sobre a Paz – Implicações Normativas". In Relações Internacionais. pp. 119-133. Disponível em URL: http://www.ipri.pt/images/publicacoes/revista_ri/pdf/ri36/n36a09.pdf
MOITA, Luis. (n.d) "Ética e Relações Internacionais". pp. 1-16. Disponível em URL: http://luismoita.com/images/Textos/e-tica%20e%20relaes%20internacionais.pdf
MOREIRA, Adriano. (2011) "Teoria das Relações Internacionais". 7ª Edição. Coimbra. Edições Almedina, S.A.
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