Causualidades da Guerra - Darwinismo internacional, a fuga para frente e a competição armamentista
Fonte: https://aminoapps.com/c/amino-dimensao-nerd/page/blog/sobre-a-guerra-fria/52Lq_GZSVuLPqMg2jPBbzPl7Lw8Vqawb4M |
Em primeiro lugar importa definir o conceito de polemologia, e este "representa o ramo da Ciência Política que avalia e prognostica as mais diversas formas de guerras, conflitos e instabilidades políticas que podem levar à luta armada e à violência indiscriminada" (Castro, 2012:464), pelo que é uma importante ferramenta no que concerne à análise do sistema internacional.
Para Jones e Rosen citados por Castro (2012) existem "doze causas pontuais para eclosão de conflitos armados (casus belli)" (Castro, 2012:483), entre elas o Darwinismo social internacional, e nesta ordem de ideias importa remontar à génese do conceito de Darwinismo Social que assenta nas premissas das escolas de pensamento evolucionistas, por Spencer e Darwin que "considera que o conflito e a selecção natural dos mais aptos são condições da progressão social. Trata-se de aplicar ao mundo social os princípios da luta pela vida e pela sobrevivência dos melhores das sociedades animais, defendidos pela corrente evolucionista." (Sousa, 2005:59), pelo que importa agora transpor este conceito para as relações internacionais, nomeadamente no que concerne ao poder e ao exercício do mesmo, e Moreira elucida-nos de que "Uma concepção darwinista do poder tem sido uma causa ideológica da guerra. Trata-se de assumir que as sociedades, tal como as espécies, progridem pela competição e selecção, pelo que a guerra é pregada como uma nobre forma de vida." (Moreira, 2011:257).
Ainda segundo a lista de casus belli de Jones e Rosen citados por Castro, outra causa de eclosão de guerras é a "corrida armamentista" (Castro, 2012:484), que se traduz numa desenfreada competição ao nível do armamento entre os Estados, por forma a intimidar e a persuadir qualquer ameaça iminente de guerra, ora vejamos o que nos ensina Moreira "Durante o último meio século, a competição armamentista entre os dois blocos traduziu-se, por um lado, na estabilidade pelo medo recíproco, e no desenvolvimento não apenas das armas estratégicas mas também das capacidades de desenvolver a guerra bacteriológica ou a guerra química." (Moreira, 2011:258-259).
Uma outra causa de guerra, é a "fuga para a frente" que segundo Péricles citado por Moreira "é o intencional uso do conflito externo para resolver problemas internos" (Moreira, 2011:260), situação esta que está presente em diversos marcos conflituais da história.
São inúmeras as causas de guerra e é inevitável o perigo iminente de despoletar um conflito entre Estados a qualquer momento, segundo Waltz citado por Magalhães "a constância do estado de guerra é tão evidente que «qualquer coisa» pode gerar um conflito interestatal, ou seja, por causa das características da estrutura internacional, um fato qualquer pode ser o estopim que eclode uma guerra. a eliminação da guerra requereria eliminar a política internacional." (Magalhães, 2012:122).
Bibliografia:
CASTRO, Thales. (2012). "Teoria das Relações Internacionais". FUNAG. Brasília. Disponível em URL: http://funag.gov.br/loja/download/931-Teoria_das_Relacoes_Internacionais.pdf
MAGALHÃES, Diego (2012). "Conflito entre Teorias de Relações Internacionais Sobre a Paz – Implicações Normativas". In Relações Internacionais. pp. 119-133. Disponível em URL: http://www.ipri.pt/images/publicacoes/revista_ri/pdf/ri36/n36a09.pdf
MOREIRA, Adriano. (2011) "Teoria das Relações Internacionais". 7ª Edição. Coimbra. Edições Almedina, S.A.
SOUSA, Fernando (2005) "Dicionário de Relações Internacionais". Edições Afrontamentos. Dicionários/2. Disponível em URL: https://politica210.files.wordpress.com/2015/05/dicionario-das-relac3a7oes-internacionais.pdf
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