Bloco Ocidental

Fonte: http://cheirinhoahistoria.blogspot.com/2011/04/reconstrucao-e-politica-de-blocos.html

A Guerra Fria teve início em 1945, logo após o final da Segunda Grande Guerra e terminou com a extinção da União Soviética, período este a que Raymond Aron designa como "guerra impossível, paz improvável" (Moreira, 2011:532), e este período fica também marcado pela formação de alianças entre Estados para fazer face à constante disputa que se sentia na esfera internacional, "No pós-guerra imediato, apesar da criação da Organização das Nações Unidas, como entidade universal, de fato, houve também a formação de dois blocos antagônicos com percepções opostas sobre a segurança internacional, resultando na estruturação das duas alianças militares: a Organização do Tratado do Atlântico Norte e o Pacto de Varsóvia." (Sato, 2000:154), nomeadamente o bloco ocidental ou capitalista e o bloco soviético ou de leste, e para que melhor se compreenda o que se entende por blocos, Moreira explica que "são uma coligação permanentemente em exercício" (Moreira, 2011:532).

Para que se faça um correto enquadramento da situação, julgo ser importante, e de forma resumida e abreviada abordar o bloco soviético, e desta feita importa ressaltar que este "começou com o domínio militar imposto pela URSS, desde 1944/1945, aos países da Europa de Leste que libertara das tropas nazis: Polónia, Hungria, Roménia e Bulgária, a que se juntaram a Checoslováquia depois de 1948, e a República Democrática Alemã." (Moreira, 2011:532), aliança militar esta que tomou forma através do Tratado de Varsóvia conforme mencionado no parágrafo primeiro, e importa ainda referir o COMECOM, "mais do que um arranjo de cooperação econômica entre os países do bloco soviético, estabelecia os limites da ação econômica desses países" (Sato, 2000:154).

Feita esta ténue e singela abordagem a temas tão complexos como os supramencionados, cabe agora dedicar-me a tentar explicar o que se entende por bloco ocidental no contexto da Guerra Fria, e este "Assim como o bloco soviético representava o poder continental, o bloco ocidental, liderado pelos EUA, representa o poder marítimo." (Moreira, 2011:534). O bloco ocidental teve a sua origem no final da Segunda Grande Guerra, quando os EUA e a URSS se tornaram nas duas superpotências mundiais, e cada uma delas encabeçava os ditos blocos e "Tal divisão de mundo se mantinha em uma espécie de equilíbrio de terror onde cada avanço de um dos lados recebia como resposta certa um avanço correspondente do bloco oposto." (Neto, 2010:68), o que se traduzia num duelo de titãs.

O bloco ocidental parte, como já foi referido, do mais importante Tratado celebrado neste intervalo de tempo em que decorreu a Guerra Fria, o Tratado do Atlântico Norte que "dera origem a uma organização que visava abranger, globalmente, os problemas estratégicos e militares, ideológicos, diplomáticos e económicos sucitados pela ameaça soviética também assumida como global." (Moreira, 2011:534), a NATO, e a partir deste arranque promissor, uma série de pactos e acordos foram sendo celebrados o que fortalecia e solidificava cada vez mais a posição do bloco na esfera internacional, o que se traduziu durante quase meio século, aos Estados integrantes do bloco, na chamada garantia americana que "foi certamente um factor da paz internacional em que se viveu, e que apenas deu lugar às guerras marginais." (Moreira, 2011:536), garantia esta assente nos pressupostos da retaliação maciça.

Bibliografia:

MOREIRA, Adriano. (2011) "Teoria das Relações Internacionais". 7ª Edição. Coimbra. Edições Almedina, S.A.

NETO, P. D. T. (2010). "Considerações finais". In: Soberania e ingerência na Amazônia brasileira [online]. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisa Social. pp. 68-75. Disponível em URL: http://books.scielo.org/id/xqzgh/pdf/de-9788579820472-05.pdf

SATO, Eiiti. (2000). "A agenda internacional depois da Guerra Fria: novos temas e novas percepções.". In: Ver. Bras. Polít. Int. 43 (1). pp. 138-169. Disponível em URL: http://www.scielo.br/pdf/rbpi/v43n1/v43n1a07.pdf