A redução do papel do Estado e o Consenso de Washington
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Fonte: http://qhistoria.com.br/historia-contemporanea/o-que-foi-o-consenso-de-washington/ |
Washington, em 1989, foi palco para o encontro entre figuras como Regan, que à data era o Presidente dos EUA, a Primeira Ministra de Inglaterra Margareth Thatcher e protagonistas essenciais da cena económica mundial (FMI, BID, entre outros), encontro este que “visava avaliar as reformas económicas em curso no âmbito da América Latina” (Bilhim, 2013:61). Deste encontro, que ficou conhecido pelo “Consenso de Washington”, brota uma série de normas que seriam imperativas para retroceder a crise económica que se vivia, e “Estas medidas destinadas a expandir o papel dos mercados e a restringir o dos Estados, desde então, não deixaram de dominar a discussão em torno das funções do Estado e a política de desenvolvimento económico.” (Bilhim, 2013:62). O Consenso de Washington “No essencial, significava um modelo de política económica defensor da privatização, da abertura ao investimento estrangeiro, da liberalização do comércio internacional e duma política monetária e orçamental orientada para a estabilidade de preços e o equilíbrio das finanças públicas.” (Murteira, 2008:4). Importa ter em conta que estas medidas impostas por este Consenso “obrigou muitos países em vias de desenvolvimento a adotar estratégias neoliberais visando principalmente limitar o papel do Estado na Economia” (Marktanner e Winterberg, 2009:37), o que incrementou as desigualdades entre países.
A título de suma pode se dizer que o Consenso de Washington efectivamente veio limitar a acção do Estado na esfera económica e social dos países, devido às dez leis universais consensualmente estipuladas, contudo há quem defenda que “Consenso de Washington fracassou porque partiu do pressuposto de que a liberalização dos preços e as privatizações gerariam sociedades com igualdade de oportunidades, enquanto para os economistas adeptos da Economia Social de Mercado, funções de causalidade vão em sentido contrário” (Marktanner e Winterberg, 2009:38).
Bibliografia:
BILHIM, João. (2013). Ciência da Administração, Lisboa: Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas
MADUREIRA, César.; RODRIGUES, Miguel. (2006). A Administração Pública do século XXI: Aprendizagem organizacional, mudança comportamental e reforma administrativa. In Comportamento Organizacional e Gestão. Vol. 12, n.º 2. pp. 153-171. Disponível em URL: https://repositorio.ispa.pt/bitstream/10400.12/4990/1/COG%2C%2012%282%29%2C %20153-171.pdf
MARKTANNER, Marcus.; WINTERBERG, Jorg M. (2009). Consenso de Washington x Economia Social de Mercado O papel do Estado no desenvolvimento. In Cadernos Adenauer. N.º 3. Pp. 37-65. Disponível em URL: http://www.kas.de/wf/doc/9225-1442-5-30.pdf
MURTEIRA, Mário. (2008). Que fazer do «Consenso de Washington»?. In Economia Global e Gestão. V. 13, n.º 2. Lisboa. Disponível em URL: http://www.scielo.mec.pt/pdf/egg/v13n2/v13n2a01.pdf
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